Hoje faz um ano que nosso bondoso Deus levou nosso querido pai, o Pr. Paulo Anglada, para desfrutar da Sua presença na glória, com a igreja triunfante. Em meio a saudade, e lembrando da obra de Deus em sua vida, compartilhamos esse texto, uma redação escolar biográfica escrita pelo meu filho Jim quando tinha 9 anos, baseada em entrevista feita em 2016 com o avô que, na época, leu e aprovou. Um pequeno “gostinho” da biografia que a mamãe está escrevendo.
Dom Eliseu, 26 de Marco de 2016
Meu avô Paulo Anglada nasceu no dia 13 de Julho de 1954, na cidade de Belém, no Brasil. Tanto o seu pai, Hélio, como a sua mae, Beatriz, eram contadores e eram membros da igreja presbiteriana. Ele e seus irmãos, Antônio e Júnior, e sua irmã, Heliana, haviam sido batizados quando bebês. A sua mãe orava por todos os seus filhos mas somente Paulo estava firme na igreja quando ela faleceu em 2010.
Por ter crescido em uma cidade grande, meu avô Paulo frequentou uma boa escola, o Colégio Moderno, mas ele não gostava das matérias escolares, muito menos de língua portuguesa, apesar de gostar de desenho e das aulas de volley. Mas ele gostava de estudar, de ler sobre ciências e natureza, e de colecionar coisas. Também gostava de ficar em casa lendo. Ele até juntava dinheiro para comprar fascículos de enciclopédias para ler! Mas ele gostava de pescar, caçar, fazer arapucas, e de cuidar das galinhas. Era cheio de projetos e sempre gostava de fazê-los bem feitos. Sua época favorita do ano eram as férias, quando ele ia com sua família e amigos de balsa para Mosqueiro, pois naquele tempo ainda não havia a ponte. Mosqueiro é uma ilha próxima a Belém onde ele podia fazer coisas que um menino não podia fazer na cidade.
Meu avô somente se converteu quando era mais velho e logo antes de se casar com a Vovó Layse. Foi em Dezembro de 1979 que ele foi convertido, quando ele enxergou que era um pecador, que havia esperança para ele somente por meio da morte de Jesus Cristo, que ele precisava do perdão dos seus pecados e que, para ser salvo, ele precisava confessar que Jesus é o único salvador. Ele logo descobriu que o seu pior pecado era que, apesar de Jesus ter morrido por ele, ele nunca se importara.
Assim como com o apóstolo Paulo, logo que Deus o converteu, Paulo soube que estava sendo chamado para ser um pregador. Ele foi para o seminário onde aprendeu a fé reformada. Ele estudou na África do Sul por 2 anos, e depois voltou para Belem onde ajudou a fundar uma Igreja Presbiteriana reformada, uma escola, e um seminário online para formar pastores que falam a língua portuguesa, que é chamado de FitRef. Ele também estudou doutorado na Califórnia, nos EUA.
Depois de pregar por mais de 30 anos, ele se mudou para os Estados Unidos e tem trabalhado transformando seus sermões e estudos em livros. Ele teve 3 filhos, 11 netos (15 agora), e eu sou abençoado por ser um deles.
É interessante ver como Deus usou depois em sua vida muitas coisas que ele aprendeu e de que gostava quando era criança. Porque ele sempre gostou de desenhar, ele se tornou um arquiteto e pôde construir casas, um templo e o prédio de uma escola. Ele também gostava de ler e de estudar sozinho e isso é o que ele viria a fazer todos os dias como um pastor. Até hoje meu avô ainda escreve livros. Gostar de administração e empreendedorismo lhe ajudaram a começar uma editora de livros. Acho engraçado que ele não gostava de Gramática, mas até hoje ele é um professor de gramática grega. Para quem já fora um atleta, ficar parado em seu escritório pode ter contribuído para que ele tivesse os sérios problemas de coluna que ele tem hoje.
Eu também gosto de pescar, caçar e fazer arapucas para pássaros. Eu gosto de ler e estudar sobre a natureza. Fico pensando no que Deus pode estar me preparando para eu fazer quando crescer.
– Jim Davis, 2016 (9 anos)
Que incentivo para todos nós, pais de filhos da aliança, que sabem de sua responsabilidade em participar ativamente da educação dos nossos filhos. Um relato como esse mostra que nossa vida hoje repercute diretamente em nossa descendência. Os hábitos que formamos para nós mesmos são um modelo para os gostos deles no fururo.
Que Deus continue nos usando em nosso contexto e abençoe a todos os que foram influenciadas pelos homens de Deus. Que saibamos fazer o melhor com o que fizeram de nós.
Abaneide
Lindo texto! É possível perceber a admiração que o neto tem pelo avô.
Muito bem escrito também, principalmente por se tratar de uma criança de 9 anos.
Que lindo texto! Você leva jeito para ser um bom escritor. Continue assim e vai colher muitos frutos da sua dedicação.
Grande abraço.
Sara Leite