CONSELHOS PARA MÃES DE PRIMEIRA VIAGEM
– Compilado por Layse Anglada –
Alguns anos atrás me pediram para preparar uma programação para um chá de bebê de uma jovem mãe que iria ter o seu primeiro filhinho. Não quis – e nem sei – fazer apenas brincadeiras; então achei que poderíamos usar a oportunidade pra alguma coisa mais útil. Resolvi, então, pedir a algumas irmãs – tanto de nossa igreja como outras irmãs que considerava experientes – que pensassem em alguns conselhos que elas julgassem importantes pra dar às mamães de primeira viagem, e preparamos uma pequena programação com encenações. Segue o resultado compilado – que serviu de roteiro para a programação – e que contém conselhos úteis para todas nós (lembrem que isso é uma compilação, o que significa que pode haver pequenas discordâncias no item “Dicas Práticas”: não há unanimidade em certos assuntos ).
1°) Prepare-se para ser mãe.
Tudo na vida exige preparo. O sucesso que teremos em determinadas posições será, em grande parte, determinado pelo nosso preparo. Você já parou pra pensar quantos anos são gastos para se exercer uma atividade profissional (que será exercida por uns 30 – 35 anos e depois… aposentadoria)? 8 anos de Ensino Fundamental + 3 anos de Ensino Médio + 4 anos de Faculdade, fora especializações, etc. Gastam-se, no mínimo, 15 anos em estudos, provas, trabalhos, estágios, etc. E que preparo temos para exercer a atividade mais importante do mundo, da qual resultará o destino temporal e eterno de nossos filhos? Então: Estude, leia livros, revistas, sites e blogs confiáveis na internet; pesquise, pergunte, converse com outras mães sobre suas dúvidas; consulte o seu marido sobre a maneira como desejam educar seus filhos desde pequenos, para que não haja divergência entre vocês. E pra não acontecer coisas parecidas com isto:
Cena 1: Mãe estressada, sem experiência, não sabe cuidar do bebê, e ainda recebe a visita das duas avós, que acabam brigando por discordarem quanto à maneira como o netinho deve ser alimentado (amamentado, leite ou mingau? Pode dar chazinho ou água? – Claro que sim! De jeito nenhum! E as mamadas? Com horário ou quando o bebê quer?
2°) Mesmo assim, saibam que estarão despreparadas.
Mesmo estudando e pesquisando, quando vemos aquela criaturinha tão especial, dá uma sensação de insegurança, medo e dependência (socorro, Mamãe!). Aquele serzinho que a gente ama desde o primeiro momento tem hábitos, horários e atitudes que não conhecemos ainda. Às vezes, nosso cansaço, noites mal dormidas, choro excessivo do bebê, hormônios em desequilíbrio e outras variáveis podem nos deixar tristes, depressivas e até mesmo desesperadas! Não se preocupe. Você não está sozinha, nem será a única. É a experiência de quase toda mãe, mesmo de mães cristãs. Mas aqui está o segredo: quando somos fracas, aí é que somos fortes. Nessa hora, busque sua força, paz e direção nAquele que nos convida tão graciosamente: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” e “lance sobre ele todas as vossas ansiedades, porque Ele tem cuidado de vós”. Lembre-se ainda de que o Deus que lhe deu o chamado da maternidade também a capacitará, se você estiver em humilde dependência da Sua graça, segundo a promessa: “Instruir-te-ei e te ensinarei no caminho que deves seguir, e sob as minhas vistas, te darei conselho”. E não negligencie o mandamento bíblico da gratidão e do contentamento. Alegrai-vos sempre no Senhor! As vovós e mães de filhos mais velhos nos lembram que um dia você terá saudade desses meses e anos tão especiais que passaram tão rápido, então ao invés de ser tentada a reclamar ou a sentir pena de você mesma, busque e peça a Deus por uma atitude de gratidão, mansidão e alegria.
3°) Não esqueçam dos maridos.
Nos primeiros dias, quase todo nosso tempo vai para o cuidado do bebê. Lavar e passar roupa, dar banho, mamada, passeio da manhã, fazer a sopinha e vitamina … parece fácil, mas, ocupa bastante. E o marido? E a jovem e atarefada mamãe pergunta: quem?!
É, o marido, sim, senhora! Faça um esforço para ter tempo para ele, para que quando ele chegar em casa o ambiente esteja agradável e não um C A O S! Para isto, estabeleça prioridade e horários, inclusive para o bebê. Não gaste tempo com atividades menos importantes. Adapte-se, nos primeiros dias, ao horário do bebê (depois, é você quem deverá adaptá-lo ao seu, mas não agora) e aproveite o tempo livre para cuidar também de você (materialmente e espiritualmente falando). Quando o marido chega em casa é claro que ele quer ver o bebê, mas você é a prioridade dele! E lembre-se: ele também passou o dia todo trabalhando, aguentando um chefe ranzinza, colegas preguiçosos, etc.
*[Uma palavra aos maridos: Por favor, esforcem-se também e tenham um pouquinho de paciência com elas! Muitas vezes não é fácil!] Se não, olha o que pode acontecer:
Cena 2: Mãe estressada pelos afazeres e cuidados com o bebê, quando o marido chega em casa, ela faz uma lista do trabalhão que teve, joga o bebê pra ele e diz: “É todo teu!”
4°) Não negligencie a disciplina dos pequenos– lembremos do conselho da mãe de John Wesley: “A primeira e mais importante atitude na educação de uma criança é DOBRAR-LHE A VONTADE.
O que isto quer dizer? Quer dizer saber dizer NÃO! Eles devem aprender que suas vontades não são soberanas, mas devem submeter-se à vontade de seus pais. Devem aprender a ter limites: devem ser treinados a ficarem quietos em certas situações, a interromper atividades que lhes dão prazer porque está na hora de dormir, a não interromper a conversa dos outros, etc. e essa é uma tarefa constante, em regime de tempo integral, pois a menor falha ou falta de perseverança estraga todo o processo. Mãe, sogra, tia, empregados, podem lhe ajudar, mas não substituir. E lembre-se: é preciso ser firme (no dizer da SuperNanny: “ter voz de comando”) e autoridade (que é conferida aos pais pelo próprio Deus). É importante, como frisado, ter consistência e perseverança.
– Observação: Crianças mais novas só entendem a linguagem da disciplina física; à medida que crescem mais, conversas e outras disciplinas (castigos) vão sendo mais adequados. Outra observação: a disciplina física deve ser um “acontecimento” (não deve ser banalizada) e deve ser aplicada pelos motivos corretos: rebeldia e desobediência. Simples traquinagem (embora deva ser corrigida) é próprio das crianças!
Agora, um grande problema: como você vai fazer isso se passar o dia fora, estudando ou trabalhando? Com quem a criança vai passar a maior parte do tempo, pra que isso seja ensinado, re-ensinado, passado, repassado, etc. Ninguém, nem mesmo as pessoas que mais amam seu filhinho, terão condições de desempenhar bem essa tarefa que é sua! E tem mais: as crianças refletem como um espelho o jeito, as atitudes, o caráter, o modo de falar, etc. daqueles com quem mais ela convive. Se não for com você e com o seu marido, você poderá ter surpresas desagradáveis ao constatar certas características indesejáveis (adquiridas de terceiros) no comportamento de seu filho.
Cena 3: Mãe com a filhinha passeando no supermercado, que vê um pirulito ou bombom, etc e faz o maior escândalo porque a mãe não comprou o que ela queria E a mãe não consegue conter o choro rebelde da menininha… (Por falar em choro, embora seja a maneira natural das crianças expressarem os seus sentimentos, ele nunca deve ser descontrolado e rebelde. Os pais devem atentar pra isso e corrigir).
5°) Treine a criança para não ser dependente além do necessário.
Quando a idade chegar, ensine-a a comer sozinha, a escovar seus dentes, a tomar banho e realizar outros hábitos de higiene, arrumar seus brinquedos, suas roupas, seu quarto. Não faça tudo por ela, para que sua criança não dependa em tudo de você. A criança deve saber que todos em casa têm direitos e deveres: papai, mamãe e ela também. Todos devem cumprir suas tarefas de bom grado ,e como dizia uma querida irmã em Cristo: CANTANDO!
Cena 4: Mãe apressada e nervosa – porque está atrasada para o culto – e os filhos aparecem com cabelo por pentear, tênis por amarrar, roupas inadequadas, etc. Não sabem fazer nada sozinhos (só o que querem!).
6º) E claro: muito, muito, muito carinho, amor e brincadeira! – como diz meu marido, as crianças precisam desesperadamente de duas coisas: carinho e “peia”! Mas tem pais que lembram muito mais da peia do que de brincar, fazer carinhos, rolar no chão, gastar tempo com seus filhinhos, etc. E vice-versa. Peçamos a Deus equilíbrio!
7°) Por fim, algumas dicas práticas para os primeiros dias:
- Amamentação:
- Tente o mais que puder amamentar seu bebê. Quanto mais ele mamar, mais leite será produzido. Não existe leite fraco.
- O bebê deve abarcar o máximo possível do seio, para não feri-lo. Quando for trocar o seio na mamada, coloque seu dedinho no cantinho da boca do bebê para quebrar o poder de sucção e não ferir o mamilo.
- Todo bebê tem o instinto de sugar e isso o acalma. Alguns até que são calmos por natureza mas muitos vão querer passar o dia todo sugando alguma coisa pra se sentirem emocionalmente bem. Se não quiser passar o dia inteiro com ele pendurado em você, coloque-o no berço ou carrinho bem aconchegado (travesseiros, etc) e ofereça-lhe (normalmente, a princípio, eles rejeitam, mas depois, dá um bom sossego) uma chupeta (de preferência pequena e macia, o mais parecida possível com o seu seio, com o qual está acostumada). (Você pode molhá-la ou com o leite materno, ou um chazinho qualquer, pra incentivá-lo a aceitar.).
- Cólicas:
- Quando bebê tiver cólica, deite-o de bruços, com o bumbumzinho pra cima para ajudar a expelir os gases. Ou então, deite-o de costas e empurre as perninhas sobre a barriga. Vai fazer algum barulho, mas ele sentirá alívio.
- Se estiver com dor e você não sabe onde é, não fique sacudindo o bebê à toa (eu fiz isso muitas vezes e até que deu certo). A dor pode piorar. Coloque-o no seu colo e aperte junto ao seu peito, para que seja aquecido, converse baixinho com ele, cante, etc. Nestas horas é preciso dar o colo mesmo. Se não resolver, consulte o seu pediatra sobre que remédios ele pode tomar em caso de cólicas, dor de ouvido, etc.
Obs: Às vezes, choros intensos sem explicação podem ser resolvidos com um banho morno, ou um barulho forte e intenso (pode ser até uma bronca do pai!).
O balanço e um barulhinho monótono geralmente acalmam as crianças: É por isso que elas geralmente dormem bem enquanto estão passeando de carro – ou até com o barulho do aspirador de pó!
- Dicas e Rotina:
- Se possível, faça preparativos de antemão para ter a casa pronta para a chegada do bebê: aquela faxina que precisa ser feita, a arrumação de um cantinho para a cômoda do bebê, a organização da lavanderia… e aproveite também para cozinhar em dobro e congelar metade de refeições como lasanha, feijão, sopas, massa de pizza e outros pratos que podem ser congelados para usar nos dias mais difíceis depois do parto.
- Lembre que podemos criar filhos com muito pouco recurso material e que o Deus que deu o mandamento de termos filhos e os abençoou também irá prover o necessário para a sua criação. Não se deixe levar pelo consumismo dos nossos dias que requer que tenhamos um quarto de bebê decorado e equipado com guarda-roupas, cômodas, berço, cadeira de amamentar, etc. Um colchãozinho no chão ou berço caseiro servem. Qualquer pia ou bacia servem de banheira; ou melhor, bebês amam banho de chuveiro quente! Use rede ao invés de cadeira de embalo, compre roupinhas usadas na OLX ou empreste de amigos, use tampas e utensílios de cozinha em vez de brinquedos, e mesmo os gastos com a educação podem ser significativamente reduzidos se você optar por ensinar seus filhos em casa.
- Aceite ajuda. Sempre que possível, e ainda que você esteja se sentindo bem, deixe que as pessoas lhe ajudem no primeiro mês após o parto. O marido também sabe segurar o bebê! Irmãos mais velhos – normalmente a partir dos 5 ou 6 anos de idade – já podem aprender a segurar o bebê quando sentados, e certamente podem ajudar com as tarefas de casa. Mães, irmãs, tias, avós, amigos podem ser de muito auxílio nos primeiros dias – seja para ajudar na cozinha, na limpeza, fazer compra, etc. Evite a síndrome de “super-mãe” que pode acabar lhe deixando física ou emocionalmente fragilizada.
- Por outro lado, não deixe que esses “ajudantes de fora” ditem a sua rotina, decisões e acabem atrapalhando os relacionamentos familiares mais importantes, que são com o seu marido e filhos. Cada família e cada mãe tem as suas individualidades e é comum que outras mães ou avós aproveitem a insegurança que você sente e queiram ditar coisas como alimentação, organização, mamadas, posições… Em muitas coisas triviais você pode simplesmente seguir seu instinto materno. Em questões mais sérias, consulte sempre o seu marido tomem decisões que assegurem a manutenção dos princípios e intimidade familiar.
- Apesar das dificuldades que surgirão, priorize a sua comunhão com Deus e não deixe de encontrar um tempo para orar e para a sua devocional diária. A hora das mamadas é sempre um momento tranquilo e que pode ser usado para a leitura e oração. Coloque sua Bíblia e livros devocionais ao alcance dos lugares em que você costuma amamentar.
INCENTIVOS PARA A DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DAS MÃES AO LAR:
- É um grande privilégio ser mãe de tempo integral. É tão gostoso poder cuidar, brincar, deitar numa rede com eles, acompanhar seu desenvolvimento, seu progresso na aprendizagem, etc.)
- E por falar em aprendizagem: a você é dado o privilégio de ensiná-los desde a mais tenra idade (em todas as áreas) e principalmente de educá-los no temor do Senhor (“ao sentar, ao levantar, andando pelo caminho”… Deut.6:1-9)
- Economicamente falando: você vai economizar por não ter que trabalhar fora (gasta-se muito com vestuário, transporte, empregadas, etc.), e ainda vai proporcionar uma vaga de emprego a alguém mais necessitado [você já parou pra pensar: muitos homens não tem emprego, hoje, pra sustentar suas famílias, em parte, porque mulheres (que nem precisariam estar lá) preencheram as vagas disponíveis?].
- Problemas: É verdade que nem tudo são flores:
- É uma atividade, na maior parte das vezes, SOLITÁRIA – O marido sai pra trabalhar de manhã cedinho e só volta pra casa no fim do dia. Isso pode nos fazer sentir solitárias. Mas lembre: você tem liberdade! É sua própria chefe. Pode fazer sua rotina a gosto. Pode sair com o bebê, leva-lo pra tomar sol, visitar as avós ou outro programa qualquer. E você ainda tem tempo pra fazer coisas úteis em casa: estudar, ler um bom livro, fazer um curso de línguas (tem muito material bom nas bancas de revistas e na internet), de decoração, de culinária (daquilo que mais lhe agrada), etc.
- Muitas das atividades rotineiras parecem sem importância: todo dia fazer aquelas mesmas coisas que se tornam monótonas e parecem sem relevância, enquanto outras mulheres saem, fazem carreira, “realizam-se” profissionalmente, etc. – Parece assim, mas lembre-se: a sua rotina não precisa ser monótona! Você tem liberdade para criar, inovar, transformar, tornar prazeroso o seu dia-a-dia com os seus filhos, e lembre-se: sua presença constante (como sal e luz) pode influenciar o destino eterno deles!
- E a tal da “realização profissional”? – Bem, talvez você não consiga realizar algum sonho de criança (profissionalmente falando), e nem obtenha o reconhecimento (formal) da sociedade na qual vive, mas certamente, você estará sendo muito mais útil à ela, provendo-a de bons cidadãos (seus filhos). Além do mais, o que adianta ser uma pessoa bem sucedida lá fora e ter uma família desestruturada ou desajustada? Há muitas pessoas que podem lhe substituir no papel de advogada, professora, bancária, médica, funcionária. pública etc. MAS NINGUÉM PODE LHE SUBSTITUIR À ALTURA NO SEU PAPEL DE MÃE.
“A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derruba” (Prov. 14:1)
Muito boas as (novas) adições ao material original! Parabéns! Da: sempre suspeita, Mamãe.
Amei e me emocionei muito com o texto.
Como preciso do Senhor nessa área, me sinto um fracasso como mãe.
Que o Senhor me ajude.
eu lembro desse chá de bebê…que bom que foi resgatado os conselhos. boa sugestão para baby chá.