Este segundo conselho do Bispo Ryle é bem curtinho, mas é fundamental e o ponto de partida para uma abordagem bíblica do assunto. Você não tem desculpa para não ler e meditar sobre esse precioso conselho!
I. Primeiramente, portanto, se você deseja treinar os seus filhos corretamente, treine-os no caminho em que devem andar, e não no caminho que eles preferem.
Lembre-se que filhos já nascem com uma decidida tendência ao pecado, e portanto, se você deixar que eles escolham por si mesmos, é certo que escolherão mal.
Uma mãe não pode prever o que o seu bebezinho será quando crescer – alto ou baixo, forte ou fraco sábio ou tolo, ele poderá ser qualquer uma dessas coisas ou não – tudo é incerto. Mas uma coisa esta mãe pode dizer com certeza: ele terá um coração corrupto e pecaminoso. É natural a nós fazer o que é mal. “A tolice”, diz Salomão “está ligada ao coração da criança” (Prov. 22:15). “A criança deixada a si mesma traz vergonha à sua mãe” (Prov. 24:15). Os nossos corações são como a terra onde andamos; deixe-a à si mesma e é certo que ela produzirá ervas daninhas.
Se você deseja, portanto, lidar de modo sábio com os seus filhos, você não deve deixar que eles sejam guiados pela sua própria vontade. Pense por eles, julgue por eles, aja por eles, assim como você faria por alguém que se encontra em estado de fraqueza e de cegueira; mas pela misericórdia, nunca os entregue às suas próprias vontades e inclinações rebeldes. Não são os seus gostos e desejos que devem ser consultados. Eles ainda não sabem o que é bom para as suas mentes e almas, assim como também não sabem o que é bom para os seus corpos. Você não deixa que eles decidam o que vão comer, ou beber, ou como se vestirão. Seja consistente, e lide com as suas mentes da mesma maneira. Treine-os no caminho que é bíblico e correto, e não no caminho que eles imaginam e desejam.
Se você está tendo dificuldade para se convencer deste primeiro princípio para o treinamento cristão de filhos, é inútil que você leia o que será dito adiante. A vontade-própria é quase sempre a primeira coisa a aparecer na mente de uma criança; e o seu primeiro passo deve ser resistir a ela.