O Livro da Queda do Homem para Crianças – Introdução
Com ilustrações e notas práticas*
Thomas H. Gallaudet
Introdução:
-Apresentação de Capa do Autor e do Livro
– Testemunho Pessoal de um Pastor Surdo
– Uma Palavra à Criança
História 1– A Permissão
História 2– A Proibição
História 3– A Penalidade
História 4– O Tentador
História 5– A Tentação
História 6– A Queda
História 7– O Remorso
História 8– As Desculpas
História 9– A Maldição
História 10– A Sentença
Apresentação de Capa do Autor e do Livro
Thomas Hopkins Gallaudet (1787-1851), educador norte-americano de surdos, nasceu na Filadélfia, Pensilvânia, e formou-se no Seminário Teológico de Andover. Ele buscou nas escolas da Inglaterra e da França métodos de educação para os surdos, e fundou em 1817, em Hartford, Connecticut, a primeira escola livre desse tipo nos Estados Unidos. Ele era também interessado em muitas outras filantropias. Durante a sua vida ele publicou extensivamente. Entre suas obras estão Histórias Bíblicas para os Jovens, O Livro da Alma para Crianças, O Livro de Teologia Natural para Crianças, e outras obras similares. Ele também editou seis volumes dos Anais para os Surdos e Excepcionais.
“Cadastre o nome de Gallaudet entre os escritores mais talentosos e atrativos no departamento que ocupava: falar para as mentes e corações das crianças e dos jovens.” – Dr. Heman Humphrey
“Os livros do Sr. Gallaudet exibem sua habilidade impressionante de trazer os assuntos mais abstratos para o alcance da mente mais fraca e pequena.” – Dr. Henry Bernard
“O campo da miséria humana, que alguns visitam por um senso de dever, ele tinha prazer em explorar, e nunca parecia tão alegre quanto quando investigava esquemas para aliviar os sofridos e levantar os caídos.” – Rev. Horace Hooker
* Traduzido da Edição publicada por Solid Ground Christian Books (Junho 2005)
2090 Columbian Rd, Suite 2000
Birmingham, AL 35216
205-443-0311
sgcb@charter.net
Prefácio: Um Tributo a Thomas H. Gallaudet
Imagine o mundo de alguém que não pode ler e escrever. Como seria a minha vida se eu fosse assim? Não poder ler a Bíblia é o pior pesadelo para mim como uma pessoa surda. Como outras pessoas surdas poderão “ouvir” o evangelho sem que elas possam ler ou escrever e falar em linguagem de sinais?
Eu queria escrever uma recomendação ao meu herói, o Rev. T. H. Gallaudet, que frequentou a faculdade de Yale e foi um pastor congregacional. Logo em 1817, Gallaudet conheceu pela primeira vez uma menina surda chamada Alice Cogswell. Ele a tomou no seu colo e lhe mostrou um chapéu; então ele escreveu “c-h-a-p-é-u” no chão enquanto Alice olhava. Ela escreveu c-h-a-p-é-u no chão com a bengala de Gallaudet. Aquele dia e a sua experiência com Alice foi a mais importante em sua vida. O pai de Alice, que era um médico, conheceu Gallaudet e chorava porque ele queria que sua filha tivesse uma educação.
Gallaudet decidiu buscar um método de ensinar alunos surdos e ele partiu numa viagem para a Inglaterra. Não tendo sido bem-acolhido ali pela escola “oral”, ele se encaminhou à França onde encontrou a primeira escola para os surdos. O diretor ali o introduziu ao professor dos surdos, Laurent Clerc, e aconteceu que esta escola cedeu e mandou o primeiro professor de surdos para os Estados Unidos, Laurent Clerc. Enquanto estavam no navio, Gallaudet e Clerc se tornaram amigos próximos. Ambos ensinaram um ao outro a Linguagem de Sinais Americana e a Francesa.
Ao chegarem na América, eles estabeleceram a primeira escola americana para os Surdos e então educaram Alice Cogswell e muitas outras crianças que eram surdas ou tinham problemas de audição. Outras escolas para surdos se estabeleceram pelos Estados Unidos. No Kentucky, onde me formei na escola para os Surdos em Danville, um homem chamado John Jacob cavalgou de Kentucky até Connecticut para ser treinado sob Laurent Clerc, a fim de que pudesse voltar para casa e educar crianças surdas na sua região. Isso mudou a maneira como vivemos hoje. Eu sou grato pelo resultado desses esforços. Hoje, os surdos podem ler e escrever, e eu posso ler a Bíblia, conhecer melhor a Deus e desenvolver o meu relacionamento pessoal com Jesus Cristo por meio da leitura. Hoje eu sou um pastor de uma congregação surda e nós compartilhamos a mesma linguagem, a Língua de Sinais Americana, assim como a mesma cultura. Nós somos um grupo bem unido e eu sou abençoado por poder gozar da minha vida tanto quanto as demais pessoas de hoje.
Eu recomendo que você compre os livros que Gallaudet escreveu para as crianças. A sua compaixão pelas crianças era demonstrada pelo seu desejo de que Cristo fosse conhecido por elas.
Pastor Jeremiah Ziehr
Green River Area Deaf Fellowship
Owensboro, Kentucky
Uma Palavra à Criança que estará Lendo esse Livro
Certa vez, um menino pequeno, que vivia numa cidade grande, saiu andando para tão longe de sua casa que não conseguiu mais encontrar o caminho de volta. Ao sair de casa, ele havia desobedecido o seu pai, que lhe tinha dito para não passar da porta de sua casa. No início, ele estava tão encantado com as coisas novas que ele estava vendo, que ele nem pensou que estava indo tão longe, ou no que iria dizer ao seu pai quando voltasse. Mas, aos poucos, ele foi ficando cansado, e se sentou no degrau de uma casa para descansar. Ele olhou ao seu redor e notou que estava num lugar desconhecido. Ele nunca havia estado ali antes. Todas aquelas casas eram novas para ele, e a rua parecia bem diferente da que ele morava. Era uma estrada longa; e ao olhar para o fim dela, e ao lembrar também que ele havia vindo por muitas outras ruas, e virado em muitas esquinas antes de chegar nessa rua, ele começou a pensar que a casa de seu pai deveria estar já bem longe, e que ele nunca mais acharia o seu caminho de volta para casa.
Ele pensou, também, em como ele havia sido mau por ter desobedecido a seu pai, e que foi isso que tinha causado todo o seu problema. Isso lhe fez sentir ainda mais triste. Ele teria desistido de todos os brinquedos bonitos que tinha, se ele pudesse somente estar de volta em sua casa, como antes, uma criança bem-humorada e alegre na porta da casa do seu pai.
A noite estava se aproximando, e o pobre menino, à medida que escurecia, começou a ficar muito assustado. Ele havia tentado, por algum tempo, prestar bem atenção em todos que passavam pela rua, para ver se achava alguém conhecido, ou pelo menos, alguém que conhecesse pelo nome, com quem pudesse falar e pedir ajuda.
Mas todos os que passaram eram estranhos, e ninguém parou para notar o menino. E porque deveriam? Eles não sabiam que ele estava perdido; pois ele continuava só sentado no degrau, triste e quieto, sem dizer uma palavra.
Ficou ainda mais escuro, e ele mal podia ver os rostos das pessoas que passavam por ele. Ele pensou que talvez ele iria ter que passar a noite na rua, e as lágrimas começaram a rolar pelas suas bochechas. Ele caiu nos prantos, e finalmente chorou bem alto.
Muitas das pessoas que passaram devem ter ouvido o menino chorar, mas elas não pararam para perguntar qual era o problema. Alguns estavam pensando tanto em si mesmos e em seus próprios afazeres, que eles não tinham tempo para parar e mostrar bondade ao pobre menino que chorava. Outros pensaram que os pais deveriam cuidar melhor de seus próprios filhos, e se os pais não cuidam, os filhos deveriam mesmo sofrer; – enquanto outros imaginaram que o menino morava na casa em cujo degrau estava sentado, ou pelo menos na vizinhança, e que os seus amigos logo apareceriam para cuidar dele.
Coitado do menino! Ele teria ficado sentado e chorando ali por muito tempo se um senhor bondoso que passava, e que amava criancinhas, não tivesse parado e perguntado por que ele estava tão triste.
O menino contou tudo o que acontecera a esse senhor, e não escondeu que tinha desobedecido o seu pai. Ele realmente estava arrependido por ter sido culpado de desobediência. Ele contou que ele estava arrependido, e o senhor ficou com tanta pena dele, e ficou contente de ver que ele estava sentindo sua culpa, que ele perguntou seu nome, e o nome de seu pai, e então falou para o menino que andaria com ele e o levaria de volta para casa em segurança.
Que amigo tão bondoso, e que alegria este pequenino sentiu quando ele entrou novamente na casa do seu pai, e se encontrou de novo nos braços dos seus pais queridos!
Como você se sentiria, minha querida criança, se você tivesse passado por uma situação dessa? – Você teria ficado bem agradecido à pessoa bondosa que teve todo o trabalho de levá-lo de volta para casa? Você estaria realmente arrependido de sua desobediência, e teria confessado ela a seu pai, e pedido o seu perdão, e resolvido nunca mais fazer isso de novo? – Você teria ficado bem alegre de se encontrar de novo seguro em sua casa, mais uma vez de baixo do cuidado de um pai e de uma mãe amorosos?
Você alguma vez já parou para pensar que você tem andado bem longe do seu pai, – do seu Pai Celestial – do Deus que lhe criou, e que tem feito tanto por você, e que tem sido mais bondoso para você do que qualquer pai ou mãe nessa terra pode ser?
Toda vez que você erra e faz o mal, você tem desobedecido a Deus, e tem agido como aquele pobre menino, se afastando dEle. Talvez você nunca viu o perigo em que você se encontra por estar tão longe de Deus. As pessoas más, ao fugirem de Deus, estão indo cada vez para mais longe do Céu, aquele lugar tão bonito e alegre onde os que chegam lá estão muito mais felizes do que os mais felizes meninos e meninas podem estar nas casas de seus pais aqui na terra.
Você está andando para longe daquela casa maravilhosa, que está acima do céu azul, onde todos são perfeitamente bons e felizes, e para onde o seu Pai no Céu deseja que você vá depois que você morrer? Você continua indo cada vez mais longe desse Pai Celeste, que está te chamando para voltar para ele, e que mandou o seu Filho para te mostrar o caminho de volta, se você concordar em simplesmente deixar ele te guiar?
Sim, Jesus Cristo é como aquele bondoso senhor que levou o menininho perdido de volta para a sua casa. Ele vai segurar a sua mão com amor, e lhe levar de volta para Deus. Você sente que precisa de um amigo tão bondoso como esse? Você vai deixar que ele cuide de você? Você vai ser guiado por ele até o seu Pai Celeste? Você vai chegar assim a Deus e confessar os seus pecados, pedindo que Ele perdoe os seus pecados por amor a Cristo, e orando para que o Espírito Santo lhe ajude a fazer tudo isso?
Foi para lhe mostrar como é importante que você se sinta assim, e faça isso, que Deus lhe deu a Bíblia. Eu sei que você gosta de ler outros livros, especialmente se eles contam histórias interessantes. Você estava interessado, não estava, na história que eu acabei de lhe contar sobre o menininho perdido? Você também estava interessado quando eu tentei te explicar como essa história pode te levar a pensar em Deus, e no que você deve fazer para tê-lO como seu amigo eterno? Pois bem, você se interessaria por esse livrinho, se eu lhe disser que todas as suas histórias são tiradas da Bíblia? E enquanto eu lhe contar essas histórias verdadeiras da Bíblia, e as explicar de uma maneira que faça bem para você, e te leve a amar a Deus, a confiar em Cristo e a estar preparado a ir à casa do seu Pai Celeste no Céu, quando você vier a morrer, você vai me ouvir? Eu espero que sim, e que Deus me ajude a escrever, e ajude a você a ler, de tal modo que esse livrinho possa te conduzir a amar a Bíblia mais do que você amava antes.
Lembre-se que quanto mais você lê e entende a Bíblia, mais você vai se tornar sábio, e quanto mais você ama e obedece a Bíblia, melhor e mais feliz você vai ser. Ore e peça a Deus todos os dias que Ele lhe dê o seu Espírito Santo para que você possa então ler, entender, amar e obedecer o melhor de todos os livros, que Ele deu para lhe mostrar o caminho para o Céu.